terça-feira, 25 de setembro de 2007

Vinte e Muitos Anos

Ainda me lembro de entregar os trabalhos escritos no início da faculdade em folha de papel almaço_ que nostálgico. Texto com pauta, capa sem pauta. Pode parecer pré-histórico, mas acontecia até o início do novo século. Depois o computador se popularizou, ficou mais barato e hoje enviamos teses inteiras por e-mail. Carregamos nossas vidas profissionais dentro de um pen-drive (o meu tem 1Gb). Os currículos são entregues por correio eletrônico, sem chance da gente se apresentar pessoalmente, mostrar a pessoa por trás daquela lista de aptidões escrita em arial 12 e impressa em tinta preta.
Pensando nisso, imagino que somos a geração precursora do distanciamento. Ainda não sabemos lidar com a falta que faz ver as pessoas, ouvir a voz delas pelo telefone, escrever-lhes cartas afetuosas. Parece pieguice, mas aposto que muita gente de vinte e poucos anos guarda fotos, bilhetes, cartas e cartões numa caixa no fundo do armário. E vez ou outra dá uma olhadinha pra matar as saudades.
Dizem que a tecnologia veio pra nos dar mais tempo. Para trabalharmos mais... Somos jovens estressados. Mulheres na faixa dos vinte anos em busca de independência financeira que têm medo de admitir o desejo de ter filhos e família. Sabe, aquela coisa tradicional... Homens pós-adolescência estendida sem saber direito o que fazer com o dinheiro que ganham. Afinal, provedor hoje em dia é quem fornece conexão à Internet. Sem notarmos, tudo acaba virando consumo. As pessoas compram, compram e se distanciam cada vez mais.
Muitos falam da importância da família. A manutenção da estrutura familiar foi, por muito tempo, o equilíbrio e talvez a estagnação da sociedade. Conseguiram bagunçar essa estrutura com o divórcio, com a emancipação da mulher e o direito de homens e mulheres de buscarem a tão sonhada felicidade. Acredito que nossa geração esteja no meio do caminho para a definição de uma nova lógica social. Quem disse que seria fácil? Certo, não nos consultaram sobre isso. Nascemos e pronto. Se virem pra consolidar o que conquistamos, diriam nossos pais. É provável que estejamos no meio do furacão.
Admito que agora, já com vinte e muitos anos, a minha ansiedade começa a diminuir. Estou desaprendendo que sou obrigada a resolver minha vida até os trinta. Temos que exercer o direito de escolha que nos foi concedido! Se queremos conhecer outros países, façamos isso! Se queremos casar e ter filhos, qual o problema?! Se desejamos ser bem-sucedidos na carreira que escolhemos, vamos à luta! Conheço de perto a falta de oportunidades e bons empregos. Mais uma coisa que “jogaram” nas nossas mãos. Precisamos criar essas oportunidades também.
Liberdade é isso. Você decide o que fazer e tem que construir a própria estrada.
Não sei vocês, mas prefiro acreditar que vale à pena.
Olá, galera!
Legal está aqui escrevendo sobre nossa idade. Temos que contradizer as pessoas (conheço várias) que chamam nossa geração de "sem conteúdo"!
Valeu pelo convite, Natália!
Beijos.

5 comentários:

Unknown disse...

Oi Moniquinha...!!
mt bom o texto....!!!
vc conseguiu colocar em alguns paragrafos, td o q significa estar na faixa dos 20 anos...hihi...mt bom...!!!
grande beijo e seus textos estão cada vez melhores,....!!!!

Tati!!!!

Mônica Lobo disse...

Brigadinha, Tati!!!
Tentei expressar tudo o que passou pela minha cabeça no momento. Afinal, com vinte e tantos dá pra fazer uma "avaliação" um pouco mais ampla. heheh

Beijos.

Nat disse...

Eu é que agradeço. Belo post, ótimas considerações... Beijos, Nat

Anônimo disse...

gostei gostei!! tudo a ver. muito bom! (q comentario mais sem conteudo, hahahaha) alias, nem precisa de mais conteudo com o seu post. acho a nossa geracao muito legal e guerreira tambem, muito longe de nao ter conteudo, nos temos o conteudos da nossa epoca e de algumas que passaram pra podfer entender a nossa.
beijos

Mônica Lobo disse...

Obrigada, Cris! Não estamos aqui só pra fazer cara de conteúdo (ahahaha).

Beijos.