domingo, 30 de setembro de 2007

Produtor Cultural Pride

Bom dia, tarde e noite!!!
Sou o Mateus, tenho 23 anos, e trabalho na Gávea Filmes e na peça "homemúsica" do Michel Melamed. Passei já pela Secretaria Estadual de Cultura, Contraste Marketing e Orquestra Sinfônica Brasileira. Além disso, tenho 2 bandas (Phone Trio e Cinedisco), que costumam viajar por esse brasilzão aí, ambos já lançaram cds e estamos em fase de divulgação. Pelo que se pode perceber a vida tá levemente corrida, então deixei a faculdade pra já já...
To indo agora pro CCBB!!! Então o post é rápido só queria me apresentar mesmo!
Forte abraço!

Antes tarde do que nunca!


Boa noite! Seguindo a tradição prematura da mestra milenar Nat, irei me apresentar. Me chamo Felipe, tenho 26 anos, signo de câncer com o seu ascendente em escorpião. Tenho que admitir que sou louco e conheço várias pessoas loucas também, assim como a Nat. Segundo a própria, isso é excelente, pois as pessoas loucas são normais na verdade. Eu não entendi direito, mas vindo dela, tá valendo! Rsrsrs! Trabalho atualmente com informática, mas tenho certeza que abandonarei em breve. Já trabalhei em outras áreas, mas ainda não achei aquela perfeita. Pode até ser uma utopia minha buscar algo assim, fazendo mudanças bruscas e repentinas. Procuro pensar que sou o personagem vivido por David Carradine (Caine) no seriado Kung-fu (putz, quem lembra? Aquele que tem um shaolin que está sempre com a mesma roupa, bolsa e chinelos, andando por todos os cantos, e que só tem ação no final). Um homem que passou por vários lugares e situações diferentes, conheceu várias pessoas e debateu várias opniões diferentes em relação a tudo, e mesmo assim, ainda consegue manter a sua tradição e esperança nos quais acredita. Estou empenhado em fazer cinema. Além de ser algo que de cara me assusta, ao mesmo tempo me fascina, mas gosto de desafios, encará-los são experiências esplendorosas. Agora chega de falar de mim e da minha mente louca, e vamos ao assunto principal.

O que é ter vinte e poucos anos?

E
u pensei em várias coisas e situações diferentes. Ter vinte e poucos anos aqui no Brasil é uma situação completamente diferente da do resto do mundo, porém não irei viajar tanto assim, até mesmo porque o dia está clareando e o efeito do álcool está passando, rsrsrsrsrs. De tudo o que eu pensei para escrever, se resume em ter o dobro ou triplo de incertezas para cada certeza, isto é, são vários caminhos e um só destino, como um grande labirinto (não sei se alguém já teve a oportunidade de ir a algum labirinto desses gigantescos). O mais tradicional é o labirinto redondo, onde no início, há várias passagens e não importa qual você escolha, pois sempre há outras mais a frente. Já da metade em diante, vai dificultando cada vez mais, não tendo tantas passagens assim, e algumas são grandes furadas te levando a corredores sem saída, fazendo você perder tempo e tendo que voltar bastante, às vezes até ao início. Há lendas que dizem que alguns poderosos, como condes e reis, guardavam seus tesouros em salas no centro do labirinto, e espalhavam armadilhas por todo ele, existindo somente um caminho certo e seguro. Eessa minha teoria maluca tenta explicar que nós estamos no início do labirinto e não adianta nos preocuparmos tanto, e sim curtimos, aprendermos e seguirmos em frente. Só saberemos se estamos no caminho certo (dependendo do objetivo de cada um), da metade em diante, e mesmo assim corremos vários riscos de estarmos totalmente errados e termos que voltar ao início, muitas vezes trocando o objetivo. A melhor estratégia é a perseverança, a ousadia, e a confiança em si mesmo. Sem esses ítens você não sai do lugar, e pode ficar se lamentando para o resto da vida sobre algo que poderia ter feito, ou entrar em uma passagem sem saída e não ter forças para recomeçar do ponto de partida, continuando ali com rotina cotidiana que te mata a cada dia, por não ser aquela que você galgava. Aprendi nesses meus vinte e poucos anos que vale apena continuar tentando, mesmo que eu nunca consiga alcançar tais objetivos, mas pelo menos eu tentei e vivi para contar os caminhos que percorri e tudo o que eu aprendi, terminando a vida com alma de um guerreiro. Existe o ditado que diz que "A vida é uma grande roda gigante.", agora eu tomo a liberdade de alterá-lo e dizer que "A vida é um grande labirinto!".


sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Dúvida,favor me ajudem....rs

O termo ¨cadeia nacional¨ usada pelas emissoras de televisão não nos fazem sentir prisioneiros?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Casa dos vinte..

Vivemos todos condicionados,desde sonhos até a mais real ação possível,somos condicionados desde cedo a aprender conforme nos ensinam tudo que for necessário,a crer desde pequeno em uma entidade maior que nós,a ter medo do que nos impede,a amar o que for moralmente viável,a seguir um caminho já tracejado.
Condicionados a lutar por ideais utópicos, a aceitar a forma de governo, a beber do leite matinal,a fazer ginástica antes de sair de casa,a ler clássicos da literatura ou jornais cotidianos,a nos informar do que é noticia ou meramente se isolar de tudo,a ter calça jeans antes modelo de contra cultura e agora toda fonte da cultura básica metropolitana,a saber o camisa 10 da seleção,a odiar todo jogo contra a seleção rival,esperar pela velhice depois de 30 anos de trabalho e assim viver depois, querer sempre visitar aquele país longínquo, ver no mínimo 4 horas diárias de Tv, condicionados a sempre pensar que o presente do visinho de natal foi melhor que o seu, que quem você ama é somente seu, somos até mesmo condicionados que antes de qualquer coisa somos culpados.
Que o encontro com uma pessoa que ¨pensa¨ como você é meramente um acaso e não um condicionamento equivalente entre ambos envolvidos. Como se alguém pudesse pensar como outra pessoa.
Que os animais tem instintos e por isso podem sofrer sem dor com todo nossa crueldade,que os homens também podem sofrer afinal depois virá o perdão Divino, que somos seres dotados de 5 sentidos e se deleitar nisso enquanto somos impedidos de coisas maiores.
Que sempre alguém inventou algo antes que você e seria perda de tempo tentar algo novo,que esse seu dente podre na verdade precisa da nova pasta de dente e da nova escova dental da marca X.
Que se antes dos 30 anos você tem um ideal logo você não tem um coração, e se depois dos 30 anos você ainda estiver com um ideal, aí você não terá um cérebro.
Somos conformados a ler isso, eu mesmo fui conformado a escrever essa droga, se assim pensar, é claro.
Que toda corrente livre e alternativa não passa de mera tática conformista, e toda ação em conjunto, também.
Somos até conformados a lutar por liberdade, a crer que existe liberdade, e que ela é o que de mais supremo existe na vida de um homem.
A ver filmes de entretenimento enquanto do outro lado da cidade, num quarto qualquer, jovens se conformam com seus filmes ¨cult¨.
Que o ensino formal é o que de melhor o Governo oferece aos sem oportunidade e que um ensino filosófico também proporciona qualidade de vida a quem o procura.
Que fumar causa câncer e que ninguém é imortal.
A adiar tudo e a saber que cada momento é único.
Somos conformados em tudo na vida!
Somos conformados até que há realmente vida, mas somente nesse planeta, ou a se questionar o valor dela por saber que pode existir vida lá fora....

A falta de educação dos fones de ouvido.

Algumas amigas de faculdade devem estar com raiva de mim, de um tempo pra cá elas começaram a aparecer com esses malditos fones no ouvido e nada tem me irritado mais do que falar com alguém com os ouvidos tapados...
Vejam bem, eu não sou intransigente, mas o que eu achava que era um caso isolado se tornou uma febre. Pra todos os lugares que eu olho, em todos os lugares que vou, tem alguém ouvindo música com fone. Até na prova que eu fiz ontem tinha um cara fazendo a prova com o fone de ouvido.
Eu sempre achei que a vida tinha que ter trilha sonora, com música ambiente mandada lá de cima, por Deus, mas aí teríamos que confiar no bom gosto dele, porque minha trilha sonora jamais teria axé e pagode. E a portatibilidade desses aparelhos que reproduzem música é perfeito para isso. Cada um se enfia dentro da sua própria vida, e tem até sua trilha sonora ambulante...
Eu entendo essas pessoas, eu ouço música o dia inteiro, só consigo trabalhar com música. Mas o meu trabalho é solitário, eu e eu e alguns números, nada mais. E mesmo assim eu ouço a música bem baixinho, sem fones, pra caso alguém me chame eu atenda prontamente. Ouvir música andando na praia, andando de ônibus é ótimo, mas devia parar aí... Quando você vai encontrar com os amigos, não vejo a menor necessidade de continuar com aqueles troços no ouvido. Aí você fala com a pessoa, ela finge que te ouve, aí você insiste, ela percebe que você quer realmente falar com ela, e com a cara mais esquisita do mundo, ela tira um dos fones e deixa ele lá pendurado... Mas o outro continua no ouvido... Não sei o que me irrita mais, os dois fones nos dois ouvidos, ou aquele lá pendurado querendo dizer: Olha, eu estou te ouvindo, mas só pela metade...
Pra não dizerem que sou a pessoa mais chata do mundo, ontem eu experimentei usar os fones pra ouvir música. O fato é que meu celular antigo, embora tivesse mp3, tinha uns fones que não cabiam no meu ouvido (pois é, meu ouvido também é pequeno). Quando comprei o novo, percebi que os fones eram mais confortáveis, pelo menos eles permanecem algum tempo sem cair.
Pois bem, peguei o ônibus pra ir trabalhar, contei bem umas seis pessoas com fones de ouvido, sentei na cadeirinha do lado esquerdo, vista pro mar (pois é, eu pego o caminho mais longo pra ir beirando a praia), coloquei os fones de ouvido e, claro, imediatamente percebi porque as pessoas são viciadas nisto. Instantaneamente eu fiquei com vonte de mandar flores pro delegado, de bater na porta do vizinho e desejar bom dia, de beijar o português da padaria... É, começar com Zeca Baleiro era sacanagem, mas quem escolheu a trilha sonora fui eu, e eu tenho bom gosto, então era óbvio que eu ia gostar da música. A viagem continuou tranquila, eu, a praia, o Zeca e o resto da minha trilha sonora. Por alguns minutos ali eu viajei literalmente, não fazia parte do mundo real. Entendi muito bem porque as pessoas preferem a alienação dos fones de ouvido aos barulhos da cidade grande.
Quando o ônibus chegou no ponto, a trilha sonora direto do meu cérebro avisou que estava tocando Negro Gato, com a maravilhosa voz do Luiz Melodia parecendo sussurrada no meu ouvido, mas eu não pensei nem duas vezes, tirei os fones do ouvido.
Prefiro ouvir os carros, os ônibus, a barca, as pessoas andando, do que me render à alienação e a falta de educação desses fones de ouvido.

Vinte e poucos

A visão que eu tenho do meus vinte e poucos anos (22), é que estou vivendo o primeiro de vários momentos decisivos. É nessa década que você da o primeiro passo do que será o resto da sua vida. Estou falando mais do lado profissional, é aos vinte e poucos, ou muitos, que (geralmente) você se forma na faculdade, estagia aqui, estagia lá..

Ultimamente isso está ocupando grande parte dos meus pensamentos. Estou à procura de um outro estagio porque o meu já vai acabar. E dependendo das oportunidades que me forem oferecidas, minha vida vai tomar um rumo totalmente diferente. Mas só me mexo e procuro outras coisas assim, sob pressão. Alias pra tudo só funciono assim, na última hora.

Como vejo esses vinte e poucos anos..

Nunca o mundo esteve tão nu aos olhos de uma geração como está para a nossa.

Somos a geração do excesso de (des)informação, da calmaria corrupta que se escondia por debaixo dos ministérios e só agora descobriram a cabeça e o pé começa a aparecer, já sabemos que Deus está morto mas mesmo assim não perdemos a esperança, talvez a geração com o maior indice de suicídios, não nascemos com um chip mas tivemos que implantá-lo, assistimos o empariamento das mulheres em relação aos homens(como se o direito de ambos terem a mesma situação econômica no campo profissional fosse uma evolução..essa busca considero degradante.a que ponto chegou o capitalismo que agora homens e mulheres ao invés de quererem um mundo melhor se engalfinham por salários iguais...),sabemos que Gagarin estava errado ao dizer que a Terra era azul,todos nós somos cegos e nunca saberíamos olhar como o mundo é realmente,começamos a viver em um mundo sem mistificações..

¨Não é possível que mesmo depois de tudo que ja houve no mundo minha geração e as futuras ainda sejam fascinadas pelo poder,ganância e dinheiro...¨

E´ isso,não vejo com muita poesia ter vinte e poucos anos,devemos acordar de muitos sonhos que aprisionam a humanidade em um quarto,levantar e encarar seja qual for a realidade.

Me apresentando..

Olá,
sou novo aqui, meu nome é Delson Robson(Delsinho ou Lebowski p amigos desse blog)..não sei me apresentar,ao menos que esteja em uma mesa de bar ou algo parecido..portanto puxo minha cadeira aqui e vou começar:
Não faço absolutamente nada da vida,digo algo tributário ou moralmente aceito pela sociedade..mas enfim

gosto de escrever,amo cinema e pretendo frz isso de minha vida...continuar escrevendo e quem sabe me tornar diretor de cinema
é isso..com o tempo e com as doses vão me conhecendo melhor..

hauhauha
como a logística do blog exige
moro em Cambuquira, sul de MG

21 anos
hauhuahauh
já tá parecendo ficha isso hein..kkkkk

frase: A palavra ação deveria ser banida de todos os dicionários,ela se sente muito entediante lá.

abraço pra todos!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Ter meus devaneios vinte e poucos anos...


O que é ter meus devaneios vinte e poucos anos...

Meu mundo de fantasia...

É como se eu entrasse em uma história mágica, cheia de fadas, duendes e gnomos, unicórnios...E música, muita música...Eu queria realmente poder ser e vier no reino dos seres elementais!!! Eu seria até capaz de perdoar o anãozinho safadinho Rumpelstilstkin!!!

Me identifico mais com eles do que com o nosso mundo...

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E que como se num passe de mágica, em um lugar lindo, com muita mata e água, apareceu em minha vida uma pessoa que pensa como eu...Meu marido...Ele também tem seus devaneios vinte e poucos anos...

Juntos caminhamos para um reino de luz,

Água, fogo, ar e terra

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Enfim...acho que já dá pra imaginar como o meu mundo pisciano funciona, né?
~*Fui*~
**~ORAÇÃO AOS ELEMENTAIS~**
*Pequeninos guardiães Seres de luz infinita
De dia me tragam a paz
De noite os dons da magia
Invisíveis guardiães
Protejam os quatro cantos da minha alma
Os quatro cantos da minha casa
Os quatro cantos do meu coração*

clarissa, vinte e poucos anos



Depois de Natalia me chamar, deixar scrap, mandar email e mensagem de celular, cá estou.

Ter vinte e poucos anos é isso: ser procurada em todas as mídias, escrever na internet as idéias os descalabros os sonhos e os sentimentos que não são mais tão doloridos quanto os da adolescência, mas são ainda permeados por muito do que PODE-SE ser.

Pois já somos — acho que aos vinte e poucos temos mais consciência do que somos e do que queremos ser — e temos a vantagem de estarmos ainda inventando o que seremos. Isso eu acredito que devêssemos fazer para sempre... Mas sinceramente, acho que se reinventar é mais "natural" aos vinte e poucos, talvez porque na verdade estamos nos inventando pela primeira vez, depois de sermos o que eram os que de nós cuidavam e depois de negarmos tudo o que essas mesmas pessoas eram.

Aos vinte, somos. A vida me parece, nos últimos 3 anos, tornar-se algo mais definitivo, as escolhas, se não o são, têm mais consequências na nossa própria vida, a qual, afinal pertence a só nós mesmos. Ter vinte e poucos me dá noção de responsabilidade, não essa aí, chamada de chata pelos ados, mas uma coisa que me faz pensar três vezes antes de fazer uma coisa. E ao mesmo tempo, ainda posso às vezes pensar, foda-se, vou torrar tudo, a grana, a vontade, a energia, porque afinal, tenho vinte e poucos anos, não tenho filhos, não tenho grandes obrigações fora umas pequenas contas para pagar, e eu tenho que aproveitar é agora mesmo!

Ter vinte anos é poder arriscar, mas com algum objetivo. O que é, aliás, muito melhor.

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E eu sou Clarissa, prima da idealizadora deste blog a quem também chamo irmã pois nos adotamos mutuamente. Tenho 23 anos, atualmente divido meus dias entre trabalhos freelancers de textos para editoras e o projeto final da minha faculdade de Produção Editorial, uma habilitação de Comunicação Social que quase ninguém conhece, o que acaba sendo bom pois sobra mais trabalho! hehe Estou aqui sonhando em atravessar de novo o Atlântico mas por enquanto me divirto matando ainda saudades dos amigos nos bares, nas casas, nos ateliês de mulherzinhas que andamos fazendo por aí. O que eu gosto mesmo é de tudo o que é bonito e bom mesmo — tenho o mais simples dos gostos, gosto só do que é o melhor. :-) Gosto de escrever para organizar um pouco a cabeça, porque muita idéia junta acaba dando bagunça. E também para comunicar. Esta é minha primeia experiência de comunicação com tanta gente que eu não conheço! Muito prazer!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Vinte e Muitos Anos

Ainda me lembro de entregar os trabalhos escritos no início da faculdade em folha de papel almaço_ que nostálgico. Texto com pauta, capa sem pauta. Pode parecer pré-histórico, mas acontecia até o início do novo século. Depois o computador se popularizou, ficou mais barato e hoje enviamos teses inteiras por e-mail. Carregamos nossas vidas profissionais dentro de um pen-drive (o meu tem 1Gb). Os currículos são entregues por correio eletrônico, sem chance da gente se apresentar pessoalmente, mostrar a pessoa por trás daquela lista de aptidões escrita em arial 12 e impressa em tinta preta.
Pensando nisso, imagino que somos a geração precursora do distanciamento. Ainda não sabemos lidar com a falta que faz ver as pessoas, ouvir a voz delas pelo telefone, escrever-lhes cartas afetuosas. Parece pieguice, mas aposto que muita gente de vinte e poucos anos guarda fotos, bilhetes, cartas e cartões numa caixa no fundo do armário. E vez ou outra dá uma olhadinha pra matar as saudades.
Dizem que a tecnologia veio pra nos dar mais tempo. Para trabalharmos mais... Somos jovens estressados. Mulheres na faixa dos vinte anos em busca de independência financeira que têm medo de admitir o desejo de ter filhos e família. Sabe, aquela coisa tradicional... Homens pós-adolescência estendida sem saber direito o que fazer com o dinheiro que ganham. Afinal, provedor hoje em dia é quem fornece conexão à Internet. Sem notarmos, tudo acaba virando consumo. As pessoas compram, compram e se distanciam cada vez mais.
Muitos falam da importância da família. A manutenção da estrutura familiar foi, por muito tempo, o equilíbrio e talvez a estagnação da sociedade. Conseguiram bagunçar essa estrutura com o divórcio, com a emancipação da mulher e o direito de homens e mulheres de buscarem a tão sonhada felicidade. Acredito que nossa geração esteja no meio do caminho para a definição de uma nova lógica social. Quem disse que seria fácil? Certo, não nos consultaram sobre isso. Nascemos e pronto. Se virem pra consolidar o que conquistamos, diriam nossos pais. É provável que estejamos no meio do furacão.
Admito que agora, já com vinte e muitos anos, a minha ansiedade começa a diminuir. Estou desaprendendo que sou obrigada a resolver minha vida até os trinta. Temos que exercer o direito de escolha que nos foi concedido! Se queremos conhecer outros países, façamos isso! Se queremos casar e ter filhos, qual o problema?! Se desejamos ser bem-sucedidos na carreira que escolhemos, vamos à luta! Conheço de perto a falta de oportunidades e bons empregos. Mais uma coisa que “jogaram” nas nossas mãos. Precisamos criar essas oportunidades também.
Liberdade é isso. Você decide o que fazer e tem que construir a própria estrada.
Não sei vocês, mas prefiro acreditar que vale à pena.
Olá, galera!
Legal está aqui escrevendo sobre nossa idade. Temos que contradizer as pessoas (conheço várias) que chamam nossa geração de "sem conteúdo"!
Valeu pelo convite, Natália!
Beijos.

domingo, 23 de setembro de 2007

O Boneco de Pano



...


"Levado de volta a realidade pelas palavras finais de seu poema, o boneco perguntou-se mais uma vez, como poderia alcançar o chão de forma segura.


Não imaginava que fosse capaz de descer pelo lençol, pois pelo que se lembrava, nunca ouvira falar de um boneco, que fora bem sucedido em semelhante empreitada. O mesmo se dava quando pensava em escorregar por uma das pernas da cama.


Cogitou até mesmo pular, de uma só vez. Mas o medo a respeito de uma coisa desconhecida, chamada morte, lhe impedia de levar a cabo sua idéia.


Não tendo, pois, qualquer plano de como proceder, sentou-se à beira da cama, com os pés a balançar. Ansioso pra que de alguma forma, esperada ou inesperada, uma resposta aparecesse.


-Não seja covarde ! - o boneco ouviu alguém dizer. E por um momento ficou apavorado. Não havia mais ninguém a vista e ele chegou a pensar que sua própria boca houvesse falado por livre vontade.


-Vamos molenga, pule ! - bradou novamente a voz, aborrecida com o susto do boneco. E esse percebendo que sua boca não poderia ser tão mal-educada, perguntou à voz misteriosa.: -Quem está ai?


-Eu – foi a resposta. - Aqui embaixo, perto do pé da cama.


Ao voltar-se pro lugar indicado, o boneco viu uma enorme ratazana. E ela lhe pareceu extremamente feia, embora não conhecesse muitas, pra poder dizer ao certo.


-O que faz ai embaixo? - inquiriu o boneco, curioso e até satisfeito, por ter com quem conversar.


-O mesmo que você ai em cima – retorquiu o monstrengo – Absolutamente nada. E agora desça logo daí.


-Mas como eu posso descer?


-Ora, que pergunta ! Pulando é claro.


-Pulando?! - e em dúvida o boneco coçou o queixo, por um momento. - E se eu morrer?


-Nesse caso não haverá problema. - disse o rato, já um pouco irritado – O problema é se você cair, se machucar muito e continuar vivo. Dizem que dói muito.


Concluindo que o rato tinha uma parcela de razão e confiante de que não se machucaria, por ser feito de pano e algodão, o boneco pulou. E pra um primeiro salto perigoso ele aterrissou de maneira espetacular. De cabeça no chão.


Suspeitando que tivesse morrido na queda, o boneco decidiu não se mover, afinal não sabia muito bem como um morto devesse se comportar.


-Ei molenga. - esbravejou o rato, cheio de raiva por aquela demora. - Vai ficar ai por muito tempo é?


-Só enquanto eu estiver morto – disse o boneco, esforçando pra não se mover muito.


O rato bateu na testa desanimado. Nunca vira ninguém tão tonto. E já tinha visto muitos humanos por ai. Mas sentindo-se um pouco culpado por aquela situação, esclareceu:


-Você não está morto.


-E como sabe?


-Simples. Se você estivesse morto. Haveria um monte de gente por aqui, chorando o quão boa pessoa você era em vida. E quanto pior o seu caráter, mais pessoas estariam aqui.


-Isso é estranho – concluiu o boneco, decidindo que realmente não estava morto, e pondo-se de pé.


-Não é não – rebateu o rato – São as regras.


Enquanto falava, o rato ia em direção a um enorme buraco, que havia na parede. E o boneco, sentindo-se indelicado, alcançou o rato e lhe estendeu a mão:


-Muito prazer – disse ele – eu sou o boneco.


-Não, não, não, não. Está tudo errado. - xingou o rato, movimentando os braços no ar, como se ofendido enormemente por aquelas palavras - Não é assim que se faz. Você tem que seguir as regras. Eu vou te mostrar.


Deu 3 voltas ao redor do boneco, alisou os pêlos da cabeça com a mão e falou, da maneira mais pomposa possível:


-Muito prazer. Eu tenho três bolachas, duas lasquinhas de madeira e 4 restos de queijo. E você, o que tem?


O boneco tateou a procura de algo nos bolsos, mas nem bolsos tinha. Pensou, repensou e não conseguiu pensar em nada. Ao cabo de alguns minutos respondeu, vendo a impaciência nos olhos do rato:


-Eu não tenho nada.


-Nada !?! - explodiu o rato, furioso – E eu perdendo meu precioso tempo com você ! - e súbito afastou-se sem esperar por mais detalhes.


-Ah! - exclamou o boneco, feliz por lembrar-se de algo. E o rato, interessado em que podia ser, parou pra ouvir.


-Eu tenho a minha vida.


-Não conta – atalhou o rato, chateado. - vida não conta.


-E por que não conta?


-E ainda pergunta?! Vida não se hipoteca, não se aluga, nem se vende. Ou seja, não serve pra nada.


-Então não tenho nada – suspirou o boneco, diante de tantos argumentos.


O rato fitou o boneco por alguns segundos, e uma idéia estalou em sua mente.


-Já sei, já sei. Não fique triste, vou te ajudar. - E sem esperar que o boneco, ainda triste, respondesse o rato aproximou-se e de um só puxão, arrancou um dos botões que servia de olho ao boneco.


-Ei ! -berrou o boneco, tarde demais. - o que é que você está fazendo?


-Não seja resmungão – retorquiu o rato e devolveu ao boneco o olho que lhe tirara – pronto, agora você tem um botão.


-Não entendo a vantagem – disse o boneco, aborrecido – agora não tenho um olho.


-Mas você ainda é capaz de enxergar com um olho só. E poderá usar esse botão pra se tornar alguém. Vamos lá, experimente.


O boneco se sentia um pouco frustrado, um pouco desolado, um tanto desorientado, mas resolveu tentar, mesmo que só pra alegrar o rato:


-Muito prazer. Eu tenho um botão.


E o rato aplaudiu bem alto. Enquanto assobiava e corria de um lado pro outro, fazendo as vezes de uma grande plateia.


-Isso ! Isso ! - berrou satisfeito – Viva ! Ele tem um botão. É !!


Para o boneco aquilo não fazia muito sentido. E apesar da agitação do rato, tudo que ele conseguia fazer, era olhar tristemente para seu novo pertence, sem sentir que era alguém por tê-lo. Refletiu que talvez, um olho fosse pouco demais pra ser alguém.


-Eu ainda preferia ter dois olhos. -disse ele por fim.


-Como você é mal agradecido ! Ouça bem, vou te dar um último conselho, porque não estou aqui pra aturar sua ingratidão de graça e um botão não é o bastante pelos meus serviços. - e ao dizer isso o rato começou a se afastar, indo pelo buraco da parede. - Procure a terra dos cegos. Lá você poderá ser rei, e ainda terá um botão, com o qual presentear seus súditos.


Vendo que o rato caminhava depressa, e parecia disposto a ir mesmo embora, o boneco fez uma ultima pergunta:


-Como eu faço pra sair daqui?


-Passe por baixo da porta, e desça as escadas. Depois de outra porta, você estará na rua. -respondeu o rato, já fora de vista, caminhando por algum túnel escuro. - E cuidado pra não encontrar amigos mais caros do que você pode comprar com um botão.


O som dos passos do rato desapareceu rapidamente. E o boneco viu que estava novamente sozinho. Mas apesar de não conseguir explicar, sentia-se aliviado por isso."




Postei a história porque a Natália me pediu e eu não perderia essa chance. Espero que gostem.

Então... vinte anos...

O que é ter vinte anos hoje? Nunca tinha me feito essa pergunta, e depois de fazê-la, percebi que não sei ao certo.

Imagino que ter vinte anos hoje seja viver num paradoxo. O futuro se aproxima na velocidade da luz, e a modernidade toma conta do mundo, com suas super-máquinas que superam as expectativas dos mais empreendedores. Mas a modernidade é toda igual, a globalização causada por ela destrói a diferença e força a estética e a aceitação num único sentido e isso asfixia.

Fugindo dessa opressão, resgatamos coisas de gerações passadas. Desde coisas bobas, como carros e roupas. Até coisas mais profundas, como conceitos e arte. Não que a arte seja temporal, mas isso não vem ao caso.

Além disso, somos fruto de pais que foram oprimidos, que lutaram por liberdade e conseguiram tanta, que se esbaldaram em libertinagem e perceberam que isso não era bom. Nos ensinaram a fazer o que quiséssemos e depois tentaram tomar essa liberdade com desculpas que nem sempre eram fáceis de entender. Sabemos que devemos dosar as coisas, mas não sabemos onde é o limite.

Nem cito a "vida virtual" que se tornou um dos meios mais comuns de convivência, mas é mais presente pra gerações posteriores que pra nossa própria.

Não acho que tenha ficado muito claro, o que eu quis dizer. Mas é mais fácil pensar que traduzir, espero que me perdoem por isso.

Agora citando um ponto bem pessoal. Meus vinte anos chegaram e estão passando lentamente, e eu vou caminhando meio que as cegas, cambaleante. Guiado por sonhos meio turvos, deixando de viver pra imaginar uma vida futura, sem fazer nada de concreto, pra alcançar isso.

Citando a melhor frase de Cowboy Bebop: "Eu sempre imaginei que estivesse vivendo um sonho, do qual não acordava. Quando dei por mim, todos os sonhos haviam acabado."


Espero que não tenha ficado muito confuso.

sábado, 22 de setembro de 2007

Ter vinte e poucos pra mim é...

Citando alguém mais famoso, e sem medo de cair no lugar comum, acho que ter seus vinte e poucos anos é cantar a vida como o cisne canta a morte.

A diferença é saber que na maioria das vezes ainda se vai ter todo o tempo necessário pra fazer tudo com mais calma e é claro, o fato de que o cisne nunca canta antes de morrer, como já foi provado cientificamente. Mas a verdade é que mesmo podendo nós simplesmente não conseguimos esperar.

Ter vinte é também postergar o que tem que ser feito por pura preguiça ou falta de paciência, e ainda assim não sentir a menor dor na consciência por gastar esse tempo com alguma coisa completamente inútil, contanto que seja divertida.

É não ter dinheiro pra comprar cerveja, ou ter dinheiro e não ter tempo por causa da faculdade ou do trabalho. É começar a escolher como você vai viver, correr atrás, querer melhorar e começar a se virar sozinho mesmo que ignorando algumas regras importantes sobre higiene e bem estar comum no caos do seu primeiro apartamento.

É ficar puto com a idéia de beber aquele vinho vagabundo que você bebia aos litros quando tinha 15 anos, ou beber ele e ter uma puta azia no dia seguinte. Preferir ficar sem fumar que comprar Derby Amarelo ou Fly como você fazia quando tinha uns 14 anos e contava moeda pra comprar um maço de cigarros e uma caixa de fósforos.

É já ter achado em algum momento da sua vida que Frozen Gammy ou Porradinha era melhor que água, ou ficar puto quando o cara do bar quer te dar o troco em bala.

Pra mim, ter vinte e poucos anos é ser arrogante. Sim. É ter uma opinião sobre praticamente tudo e defendê-la como uma mãe defende os filhos, é agir como se você fosse sempre mais inteligente e esclarecido do que a maioria, mesmo quando a única coisa que você normalmente leia no jornal sejam os quadrinhos do Angeli.

É também quando você finalmente escolhe os livros que vai ler, e lê por que quer. Ao contrário dos tempos de primário quando lia um livro de 300 páginas e no final não conseguia dizer sobre o que era a história, por que mesmo tendo lido cada palavra estava pensando em milhares de coisas diferentes durante todo o tempo.

É ter disposição e oportunidades de discutir a qualquer momento com qualquer pessoa sobre as coisas mais interessantes ou mais idiotas. É ficar triste por saber que não estava vivo quando o Spectroman passou pela primeira vez, e feliz por não ter sacado o que estava acontecendo em 82 durante o show do Paolo Rossi na copa da Espanha.

É ter tido uma fita cassete de lambada ou balão mágico por mais repugnante que você ache os dois hoje. Ter ido pra escola de Kichute preto, meias brancas, e calça curta, revoltado de não poder ir com um Mizuno roxo e verde feio pra caralho.

É ter ficado feliz pra caceta quando trocou o Atari por um Mega Drive ou Super Nintendo e ter sentido ódio do vizinho endinheirado que depois comprou um Playstation I. É também ter enchido muito o saco da sua família pra que te dessem algum dinheiro pra jogar Street Fighter, Mortal Kombat ou Totó.

É ter ficado puto com a Marvel e com a DC quando eles começaram a matar os heróis e inventar uma porrada de universos paralelos só pra vender mais revistinha, e ainda ter reclamado que as revistas da Vertigo eram caras pra cacete.

É ter ouvido Nevermind ou Appetite for Destruction pelo menos umas 10.000 vezes, mesmo que hoje você ache os dois uma merda. É ter cantado ou tocado uma porrada de músicas do Legião Urbana e do Barão com algum amigo no violão e ainda lembrar o que você estava fazendo quando soube que o Cazuza ou o Renato Russo morreram.

É ser de esquerda, achar e falar sempre que a direita conservadora é formada por um bando de idiotas (até por que de fato é).

É já poder entender o que é ter saudades da infância e ter um pouco daquele saudosismo imbecil que todo mundo tem, mas ao mesmo tempo se sentir bem com isso.

Chavões e clichês a parte é saber que está ficando velho, mas só ter preocupação com isso enquanto você está ficando bêbado e relembrando o passado com algum amigo em algum boteco bem sujo.

soy un monstruo de dos cabezas - texto breve.


jornalista por formação. cineasta de coração. atuação. alguns dizem que escritor. isso. pelo (mal) hábito de destilar prosas por aí. assim sendo. componho o aglomerado terra plana de literatura. grupo literário. grupo que acomete contos. contos por terras planas. campos dos goytacazes. norte fluminense. rio de janeiro. e como tal. gosto de experimentar. experimentar as possibilidades da linguagem. assim mesmo. tudo minúsculo. muitos pontos. sem vírgulas. acessórios. tudo corrido. alexandro F. assim me chamam. um existencialista em descaso. desuso. vivo a vida como se fosse uma guerrilha. assim. un monstruo de dos cabezas.

Uma nuvem...

"viver tão só de momentos, como estas nuvens no céu..." {Quintana}

Como uma nuvem num pedacinho de céu... Assim que gosto de me imaginar desde que descobri Quintana e seus versos...

Cláudia, ou Claudinha, como no mínimo 90% das pessoas costuma me chamar... Completei duas décadas no início deste ano, alguns dias antes de terminar o verão... Até hoje acredito que nasci na estação errada do ano pois meu mundo é muito melhor quando os caminhos estão repletos de folhas secas caídas ou totalmente encobertos de neblina...

Moro numa cidadezinha da serra gaúcha chamada Nova Petrópolis, um completo paraíso aos meus olhos... Não exatamente pelas pessoas, mas pelas cores e formas que enxergo ao meu redor... Ou ainda pela brisa, pelo aroma que sinto ao encher meus pulmões de ar... Ou quem sabe pela neblina que encobre tudo em alguns minutos durante o inverno, ou pela indescritível beleza natural... Enfim, não sei ao certo o que me fez apaixonar por este lugar, mas desde que isso aconteceu faço dele o meu pedacinho de céu...

Trabalho em uma escola, pertinho das crianças... Sou apaixonada pelo olhar puro, doce e sincero de cada uma delas... Sou estudante do 8º semestre de Administração, embora isso ainda não signifique estar me formando pois tenho no mínimo mais 3 semestres pela frente... Acho que escolhi o curso mais por revolta com a situação do que por me identificar com alguns conceitos antigos do que é administrar... Com vontade de fazer alguma coisa pra mudar todas essas previsões tão depressivas e convenções tão absurdas... Na verdade essa indignação tomou conta de mim após ouvir um professor dizer que "administrador precisa sentir com o fígado e não com o coração"... Será que é por isso que o mundo anda tão desumano..?!

Tenho um sexteto de vícios que já fazem parte do meu ser: livros {bons livros... daqueles que se pode absorver uma quantidade incalculável de conteúdo}, músicas {daquelas que a letra soa como uma perfeita poesia, formando com a melodia uma mistura tão homogênea que é impossível separá-las}, filmes {daqueles que conseguem fazer aflorar em mim as mais diversas sensações}, escrever {uma tentativa de transformar sentimentos e pensamentos em palavras}, chocolate quente {a perfeição... o sabor do chocolate com o aconchego da fumacinha que sobe da xícara nos dias frios do inverno} e Trident Freshmint {sem muita explicação mas sempre há uma cartelinha deles comigo}...

Quintana é o poeta que me descreve, que descreve meu mundo... e Gessinger é responsável por minha trilha sonora... {além deles há muitos... um para cada momento da minha vida de nuvem... mas sem estes, minha história não acontece...}

Cheguei aos 20 anos com medo de um dia apenas sobreviver... Foi por isso que me transformei em nuvem e busco desta forma viver, da melhor forma possível, cada momento... Sinto um frio na barriga do futuro, da insana velocidade com que tudo flui hoje... Da banalização dos sentimento... E do tempo... Do tempo que domina cada um de nós sem muitas vezes percebermos...

Cheguei aos 20 com uma lista enorme de coisas por fazer, de sons por descobrir, de livros a ler... Com saudade de coisas que não vivenciei, de uma época que passou e que talvez jamais tenha existido de fato... Sou saudosista, com um sentimento de quem nasceu na época errada... De quem não pôde viver na época em que os livros, as músicas, os filmes, as pessoas tinham conteúdo; conteúdo de valor... Com a sensação de ter deixado escorrer por entre minhas mãos tantos anos, tanta vida... de que não haverá tempo para tudo que quero viver... e em contraste, a sensação de que tenho muitos anos pela frente ainda...

Cheguei aos 20 querendo aproveitar a liberdade ao máximo... presente nos dado por gerações passadas, conquistado depois de muita luta... querendo ser, como nas palavras de Bono, "a singing bird in an open cage... who will only fly, only fly for freedom..."... Querendo acreditar no futuro e ainda mais, fazer algo por ele... Querendo acreditar no ser humano... Num ser humano de fato, humano...

Bah, é preciso dizer... Minha vida é pontuada por reticências... Para mim, esta é a melhor pontuação já criada... Sim, sou viciada no trio simpático de pontinhos... Como disse Lavoiser: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"... Na minha vida é assim, as palavras, os pensamentos e idéias nunca se concluem definitivamente... Sempre silenciam em três pontos enquanto procuram ou esperam por outra pontuação... Que pode ou não aparecer...

Claudinha...assim que no mínimo 90% das pessoas me chama... Talvez pelo fato de que dentro de mim, até hoje, vive uma criança de maria chiquinha e pés descalços, correndo pela rua atrás de borboletas...

{sim... eu tenho o "péssimo hábito" de escrever muito... demasiadamente... costumo me desculpar dizendo ser culpa das reticências...}
Ponto.ponto.ponto.

O que é ter vinte e poucos anos nos dias de hoje?

Eu tive a idéia, propus o tema, mas ainda não escrevi sobre ele. Para mim, pensar e relativizar algo que estou vivendo, é ao mesmo tempo normal, e absolutamente difícil... Daqui a uns vinte anos provavelmente vou lembrar do que escrevi e tecerei uma tese absurdamente incrível do que era ter vinte anos na era da impermanência digital... Caramba, isso foi o título da minha prova de Metodologia de pesquisa, mas o tema era direito autoral, e não ter vinte anos.
Será que a tal impermanência digital me persegue? Sim, me persegue! Ao escrever sobre meus vinte e poucos anos, exatos cinco, no mundo de hoje, a única palavra que salta aos meus olhos, e salta, faz piruetas, tenta me chamar atenção de toda maneira, é a fadada a ser exaustivamente repetida palavra Impermanência. Assim mesmo, com letra maiúscula, como tudo que incomoda tem que ser. Maiúscula, maior, preponderante.
Digo impermanência porque estou aqui, agora, sentada na minha cama, escrevendo no meu notebook, com a cabeça neste assunto, mas logo em seguida aperto Alt + Tab e poderei estar em qualquer lugar do mundo. Em pensamento...
Não nasci na era digital, mas definitivamente pertenço à ela. Meu primeiro curso de informática foi aos nove anos, num PC-500, com tela verde, e Carta-certa e Lotus 123, precursores do Excel e Word, que eu no alto dos meus nove anos de vida, jamais imaginaria ver...
Meu primeiro vídeo-game foi um Atari. Sim amigos, eu adoro tecnologia, desde pequena. Chorei por dois dias inteiros quando troquei meu Phanton System por um Super Nintendo. Sentia falta dos Simpsons, mas o Mário Kart salvou minha vida, e me fez desistir de dirigir pra sempre. Ou até daqui a alguns meses. Vivemos na era da impermanência, inclusive do "pra sempre". Este não existe mais.
E por falar em pra sempre, continuo acreditando no viveram felizes pra sempre. E meu príncipe encantado pode ser um Par Perfeito, ou uma Alma Gêmea, todos sites de relacionamentos...
Meu primeiro namorado conheci jogando sinuca, os outros dois, jogando conversa fora, na internet, claro. Não acredito em namoro virtual, mas namoro através do virtual. Para mim, não há nenhuma diferença entre conhecer o cara num balcão de bar ou num balcão de negócios de uma agência casamenteira. O que importa vem depois, vem do permanente, no mundo das coisas que perecem... E estes pereceram.
Acredito em amor eterno, mas não em convivência eterna. Vivemos na época dos quereres, dos prazeres, do individualismo existencial e desejoso. Queremos a todo custo sermos felizes, e isto, quando inclui um outro ser, é um perigo. Não há felicidade completa quando se quer ser feliz. Assim como não há felicidade completa quando se quer outro ser, apenas quando se aceita a companhia de outro alguém nos nossos quereres.
Na era da impermanência, ter vinte e poucos anos é saber se adaptar, evoluir. Meu signo é leão, meu horóscopo chinês é cachorro, mas vocês sabem disso, o Blog faz questão de divulgar. Quem é meu amigo no Orkut sabe que sou duas pessoas, uma delas se chama Alice, e vive presa a um mundo de maravilhas, insanas, que não consegue esconder. Quem é meu amigo de escola sabe que escrevi um livro, mas o rasguei, e sabe que agora os outros mil livros que escrevo são mentais. Quem é meu amigo de faculdade sabe que odeio meu trabalho, mas nada faço para me livrar dele, sou a Inércia em pessoa, com letra maiúscula, novamente... Mas além de inerte, sou transparente, e a chave neste mundo atual é essa, ser transparente, não ter medo do que é, porque o mundo de hoje nos permite ser qualquer coisa, mas esse qualquer coisa que somos é de conhecimento desse mesmo mundo, Todo. E podemos nos aprisionar nesta casca internauta e virtual e jamais nos lembrarmos de quem fomos um dia.
Eu prefiro ser o que eu sou. EU, com as duas letras maiúsculas.

Olá, sou Natalia (para variar um pouco os nomes deste Blog). Sou física, como minha mãe diz que devo me apresentar, mas a verdade é que continuo a ser estudante. Faço mestrado, depois farei doutorado e continuarei estudando enquanto for apaixonada ou então até quando pararem de me pagar.
Adoro dançar, por isso faço aulas de dança contemporânea para relaxar a mente, por que o corpo fica todo doído (deve ser por que comecei há um mês e estou 'um pouco' acima do peso...).
Gosto de papear com amigos sobre os assuntos mais diversos, meu ambiente preferido é um barzinho, cerveja gelada, e algo para petiscar. Também gosto de viajar sobre a origem de todas as coisas, assunto inclusive tema de um livo, que escrevo metalmente com minha amiga Natalia há 10 anos.
Moro com duas colegas em Niterói. Namoro um rapaz fascinante e difícil, daqueles próprios de se apaixonar. Vou para o Rio 3 vezes por semana para trabalhar num laboratório na UFRJ, e também estou começando a escrever minha tese, coisa que devia estar fazendo agora, mas parei pra relaxar. Gosto de escrever, limpa minha mente.
Bom, esta sou eu e minha vida. Escrevendo assim parece pouco, e muito ao mesmo tempo...

Sobre o tema: Fiz 25 anos quinta feira. Cheguei a metade dos meus 20 e poucos anos.... Acho que passou rápido. Há muito pouco tempo atrás acreditava ser adolescente, ainda acredito um pouco nisso.... Mas ontem mesmo lembrei de um fato que acreditava ter acontecido há pouco tempo atrás e vi que aconteceu há 5 anos, senti que o tempo está passando rápido... 5 anos agora é pouco tempo, se é pouco tempo vou chegar aos 30 em um instante!!!! Algo desesperador.... Mas ao mesmo tempo a sensação de 'flor da idade' e de que ainda tenho muito o que fazer e viver me domina a maior parte do tempo me deixando pensar no tempo passando apenas em alguns lampejos, espero que não fiquem mais freqüentes....

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Tema

Gente, só a Cris até agora falou sobre o assunto do nosso tema do mês. Vamos começar? Usem os comentários para "apimentar" a discussão, e se acharem necessário, escrevam um post complementando ou discordando da idéia anterior...

E temos alguns novos colegas que ainda não se apresentaram... Sintam-se à vontade para fazê-lo, ok?

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Rosa & Flôres.


Olá, sou Thais.
A ideia de cada um se apresentar foi minha. Achei que era uma ótima idéia, até chegar a hora em que eu teria que me apresentar. Mas já que a proposta é escrever, vamos lá.


O título Rosa & Flôres é uma referência a minha família, meus sobrenomes.. Rosa da minha mãe e Flôres do meu pai. Acho que por causa disso fiquei viciada em flores. Lírios principalmente.


Estudo Produção Cultural, mas ultimamente não frequento muito as aulas, esta é mais uma das coisas que faço e não me orgulho muito.. mas ta dificil de mudar.


Sou branquela toda vida, costumo dizer que por uma melanina a mais escapei de ser albina. 90 % das pessoas que passaram pela minha vida dizem que se eu pegar sol todo dia de manhã cedo vou ficar moreninha, mas é tudo mentira. Não suporto praia, adoro piscina e minha infância tem cheiro de sundown.


Pra começar é isso.





Olá pessoas, começando aqui a primeira contribuição no periódico, e seguindo as normas da casa já vou me apresentando.

Meu nome é Felipe, tenho 24 anos, carioca exilado em Campinas por causa do trabalho...

Sou um cara de hábitos simples, e não esquento muito pra muita coisa, trabalho com computadores o dia todo e de noite quando não estou trabalhando ainda, estou bebendo em algum lugar, de bobeira em casa lendo alguma coisa, ou brincando com a guitarra...

Pratico tantos esportes quanto uma ostra, e acho que papo de academia é pior que um tiro no menisco e acho também sinceramente que spinning e musculação são coisas do diabo (ainda mais pros fumantes) apesar de não acreditar nele ou no concorrente...

Sou fanático por música e tenho um gosto bem variado, de Astor Piazzola a ZZ Top, passando por Nelson Cavaquinho, Dream Theater, Coltrane e Fat Boy Slim...

Tento manter sempre a cabeça aberta para algum som novo com exceção dos que sejam interpretados por algum MC qualquer coisa (normalmente no diminutivo) acompanhado daquela batida Miami Bass desprezível...

No geral não sou muito de ouvir música eletrônica e não curto sair pra ouvir isso em boate, aquele lance de luz negra junto com a música deixam minha cabeça zuada... Sou mais um barzinho com boa música, bom papo e algum derivado etílico pra acompanhar.

Sobre hábitos de leitura, sou fanático por Hermann Hesse e Garcia Márquez, acho Augusto dos Anjos mais foda que o Batman e o Rubem Braga melhor do que a maioria, mesmo perdendo por pouco pro Hemingway.

Falando menos de mim, achei super maneira a idéia do blog, e apesar de ainda não conhecer quase ninguém vamos ver o que vai acontecendo por aqui :-)

Flamenco X Samba

Sou assim como essa foto, intensa, forte e passional... como um pequeno tornado com a vontade de tragar o mundo de uma só vez, porém como tudo na natureza tenho meu lado frágil.

Me chamo Natasha, tenho 25 anos e depois de muitos anos trabalhando que nem uma escrava na área de restaurante e produçoes de eventos, resolvi jogar tudo pro alto e sair correndo dessa vida frenética, onde acreditamos que temos que viver intensamente 25horas por dia.
No final desse meu cooper Forest Gump, vim parar em Montevideo onde tudo acontece mais devagar, os uruguayos sao praticamente os bahianos da hispano-américa.

Acá estou, começando do zero, sendo alfabetizada e socializada em uma lingua e cultura diferente. E por um bom tempo estarei em um tablado flamenco e nao em uma roda de samba.


Ola, eu sou a Cristina tenho 26 anos. Estou no ultimo período da faculdade, foi difícil, mas cheguei. Estou muito feliz por isso. Alem de ser uma aluna exemplar no meu ultimo periodo, pratico yoga há 2 anos e meio.
Acho interessante essa proposta, gosto de saber da vida dos outros, temos vidas tão diferentes ne? Concordo com o Denis que quando você se descreve, “as pessoas te conceituam e ponto”. Eu não me apresentei e sai escrevendo... ai esse OM apareceu misteriosamente ; )
O que é ter vinte e poucos anos??
É ser adulto antes do tempo, é ter liberdade demais e ter que ter a cabeça no lugar. É ter se preocupado bem cedo em conseguir trabalho, é ter trabalhado e estudado ao mesmo tempo e não ter tido o tempo e conforto de estudar a fundo as coisas, mas ao mesmo tempo, ter tanta vontade e tantos sonhos que eles acabaram me impulsionando a buscar uma vida melhor. É ter fé. É estudar observando muito sem às vezes ter a teoria dos livros, mas a pratica esta ali, ai a teoria ficou bem mais fácil. É se preocupar com a vida financeira, estudantil, psicológica e espiritual, e ao mesmo tempo, fazer tudo meio sozinha, com muita ajuda dos amigos e a preocupação da família. É ter amigos aos montões, amigos de verdade. É ver meus erros, é ser sincera, principalmente comigo ( e aprender a ser sincera com os outros...). É aprender a meditar, aprender a sentir e entender meu corpo. É entender como as coisas funcionam e como nos funcionamos de acordo com as coisas (porque??). É detestar políticos mas ter que aprender a lidar com tanta loucura. É não aceitar a distancias físicas, sociais e políticas. É não entender porque roubam dos pobres e de minha família (e da sua). É não saber o valor dos impostos. É ter que fingir que é normal ver gente dormindo na rua e mentir para eles dizendo que não tenho dinheiro. É ver o Renan Calheiros e outros calhordas comandando o nosso pais. É entender o hino nacional. É não ter certeza do que fazer profissionalmente, e querer tudo ao mesmo tempo. É a falta de perspectiva junto com a esperança. É ter mais fé. É saber que o mundo é grandao e que existem milhares de pessoas diferentes nele. É não acreditar que as pessoas desistem. É dar forca para as pessoas. É tentar viver em paz, sabendo que tudo pode melhorar.
É encontrar paz no meio disso tudo.
Shanti Shanti Shantihi

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Bardo ou Vagabundo.



Apresentações são sempre incomodas, muitas vezes mais incomodas que as despedidas. No momento em que você se descreve se apresentando, as pessoas te conceituam e pronto, lá está você existindo como alguma coisa além de você mesmo. Acho até, que esse tipo de apresentação e descrição é fruto da nossa geração virtual. Apesar disso, explicar-se é preciso, viver não.


Meu nome é Denis e nas minhas mais suaves fantasias, sou alguma coisa entre bardo errante e herói melancólico. Na verdade, sou só um bocado vagabundo e muito covarde. E fico mais tempo fantasiando uma vida cheia de coisas interessantes, que lutando para fazer algo realmente interessante. Acho que, nerd que sou, gosto mais da teoria que da prática.


Pretendo fazer Letras e Canto, além de aulas de violão e gaita. Mas como citado acima, treinar com empenho é muito complicado pra mim. Mas estou tentando mudar isso também.


Meus gostos e desgostos não são muito importantes, uma vez que a maioria das pessoas só liga pro que elas próprias acham adequado. Mas gosto de tudo que não me faça mal ou não esteja excluído da minha lista, por preconceitos arraigados desde a infância. Estou tentando mudar isso também.


Não sei se há muito mais pra dizer sobre mim. Só que sou tarado, não nego e não pratico a tal "amizade homem-mulher". Tenho segundas intenções com todas as minhas amigas, fico só esperando uma oportunidade. Também não fico discutindo política e nem leio tanto quanto deveria.


Falei, falei e não disse nada. Mas acho que a principio, todo mundo é um pouquinho de coisa nenhuma.


marcela

Me apresentando...


Olá pessoas de vinte e poucos anos....


Tenho 26 anos, no momento não faço nada além de estudar Produção e Política Cultural. Aliás se alguém souber de um estágio...rsrsrs


Sou musicista, toco flauta e violino, aprendi a tocar triângulo também. Alguns dizem que canto bem, estou esperando um empresário para me levar ao sucesso, enquanto isso, canto nos aniversários de amigos e participações na banda do meu marido de forró pé-de-serra.

Sou viciada em forró, reggae, choro, samba de raiz....só música boa e brasileira!

Bem, acho que é isso!

E apaixonada por Ilha Grande...

Falando nisso, vou deixar uma letra de música sobre a Ilha!



"Linda, tão linda Palmeiras, pedra, encostas

Mangue, areia branca

Folhagens soltas ao vento

Água doce, mata fechada Ipê amarelo, olho de boi

Golfinhos na enseada

A tempestade que já se foi

Bromélia na rocha Traineira que “balançô”

A maré que vai mudar

E esse mundo que ainda não mudou

Céu de estrelas, noite enluarada

Brilha plâncton no escuro do mar

Quem desembarca na Ilha Grande

Perde o barco, esquece a hora e ao continente

Não quer mais voltar!

Eu vou pegar a trilha bem cedo

Vou pra Lopes Mendes, vou lá!

Aventureiro, Caxadaço, Gruta do Acaiá

Eu vou pegar a trilha bem cedo

Vou pra Lopes Mendes, surfar!

Aventureiro, Caxadaço, Gruta do Acaiá"



Quem sou eu


Gente, antes deu escrever o que é pra mim ter vinte e poucos anos nos dias de hoje, eu vou me apresentar brevemente. Seria legal se todos o fizessem porque nem todo mundo conhece todo mundo, e vice-versa...

Tenho 25 anos, sou bancária e futura produtora cultural, além de eterna sonhadora...

Natalia

Nasci gauche na vida mesmo sem a ordem de um anjo...
Mesmo torta, não sou de esquerda, muito menos direita...
Sou do bloco das que preferem não dizer...
Nada, muita coisa!
Sou das que ninguém entende, como a florbela.
Me disfarço, me critico e me adoro, como a virginia.
Me assusta e acalma ser portadora de várias almas, como a elisa.
Me deixo cortar e volto sempre inteira, como a cecília
ou como a primavera...
Não gosto de tantas coisas que sempre me acho desperdiçando desgostos.
E gosto tão mais do que desgosto, que me acho eclética.
Sou fiel aos princípios...
Os meios, cada um tem os seus.
Sou fiel aos sentimentos, pessoas não são fiéis.
Não tenho problemas em me olhar no espelho, mas através dele me assusto.
Tenho um amor, a Vida, e várias paixões que vêm com ela.
Gosto de mergulhos de cabeça, erguida, sempre.
Sou autora das minhas poesias.
Escuto a música que meus ouvidos gostam,
vejo o mundo na cor que quero, falo o que penso
e não vivo só porque respiro.
Uso todos os sete buracos da minha cabeça
e invento outros ao longo do corpo.
Sou movida a prazer, e não satisfação.
Tento dialogar a mente com o coração.
Arrasto as correntes das quais não me liberto.
Ainda não me resolvi em muitas coisas,
continuo tentando
e não paro jamais...

Desafio

Oi povo dos vinte! Estou aqui para convocá-los para uma árdua, mas espero, prazerosa tarefa.
Há tempos que venho remoendo o sentido de estarmos aqui. Digo estarmos como grupo, coletivo, geração.
Somos de uma geração atípica. Somos filhos de uma geração pós-ditadura, criados com total liberdade, e vejo que somos mais ressentidos ou talvez até reacionários do que nossos pais. Não sofremos tortura, censura, mas pouco corremos atrás do que queremos. Somos diferentes dessa geração que está vindo, não nascemos com o computador nas mãos. Tivemos que aprender a usá-lo lá nos nossos doze, treze anos... Alguns ainda estão aprendendo a usar essa nova ferramenta, alguns nem gostam dela.
Tivemos que aprender na marra a mudar nossa perspectiva de relacionamento. Estamos aprendendo a conviver coletivamente agora, aos poucos. Temos um mundo inteiro ao alcance das nossas mãos, mas com que propósito o usamos? Não somos nem totalmente conectados, muito menos estamos fora dessa globalização.
São tantos os dilemas, tantas as vertentes, que decidi pedir a ajuda de vocês.